domingo, 26 de abril de 2009

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O corpo que se organiza numa estrutura que respira que dialoga e que se contamina, se organiza num agregado de partes, partituras, pedaços, sendo o mesmo correndo por uma sequência de informações que criam uma determinada “característica” a qual lhe oferece uma forma, um lugar estável de identificação e retorno que se desdobra e se prolonga também para outras direções mas sem deixar de ser o mesmo.
Superficie e profundidade.

"o tempo que desdobra, desfaz, decompõe, expõe.
entropia do sentido e das formas
entropia que gasta e devora tudo no tempo"
(o silencio das metamorfoses - josé gil "sem título" escritos sobre arte e artistas)


renata roel, lisboa 26/04/2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A trajetória do corpo

Ontem assisti a francesa "Cie Toufik OI", aqui em Salvador-BA. O espetáculo me chamou a atenção pelas diferenças dos corpos como o tamanho, tons de pele, a velocidade do movimento, a nudez exposta sem nenhuma pretensão e a fluidez de cada um deles.
Hoje minha cabeça está movida por todas as imagens que vivenciei ontem. Assiti corpos presentes, autênticos, fortalecidos, emaranhados no espaçotempo.
Meu interesse em estudar os trajetos, as histórias, as memórias, as experiências fica cada vez mais latente, porque faz sentido entender o que realmente está imbricado na construção de um corpo. E ele só existe porque carrega coisas, pessoas, histórias, relações, princípios,vontades, sentimentos,lugares,cores,o bom , o ruim, prazeres e desprazeres, amores e desamores....
Talvez, ontem, eu não contatei o quanto estar naquele lugar mexeu tanto com minhas percepções sobre vãrios aspectos. Com aquelas pessoas todas, com aquelas cenas, com aquelas músicas, tanto sensações vividas.
Agora,estou tentando movê-las de forma que faça relações com o mundo externo. As pessoas, as mensagens, o trabalho, o calor do sol, o azul do mar, o vento no meu rosto...enfim, o que realmente faz parte desse corpo, dessa momento que chamamos de VIDA.

Rose Rocha.
Salvador, 24.4.09

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Vontades e interesses

Quais são agora?
Incrivelmente surpreendentemente interessantes são as vontades.
Estas sim podem ir e vir a hora que bem entenderem e quase sempre conseguem realizar a tarefa que foram destinadas a cumprir.
Uma vontade anda por aí, de corpo em corpo, só esperando ser despertada e justamente quando isso acontece, o interrese vem junto com ela.
O interesse pela vontade é, na maioria das vezes incontrolável. Será possível diagnosticar uma vontade sem ter o mínimo interesse por ela?
E ele, aparece sem a vontade?

Fernanda,
Curitiba, 23/04/09, 23:55 hrs.

Poiéticos

histórico do grupo

Grupo de Dança da FAP (Faculdade de Artes do Paraná)


Histórico:

Surgimento: 1986
Oficializado: 1987

Diretores:
Francisco Duarte (1987-1988)
Eva Schul (1989-1990)
Eduardo Laranjeira/assistente Débora de Lara (1990-1992)
Débora de Lara /assistente Rosimara Viol (1993-1995)
Rosemeri Rocha 2000-2009
Gládis Tridapalli 2006 (1 semestre)



Equipe 2009:
Direção: Rosemeri Rocha
Assistente de direção: Marila Velloso
Proponentes dos Núcleos de Pesquisa: Mariana Batista e Camila Chorilli
Preparação corporal: Alessandra Lange
Aulas de Dança Contemporânea: Camila Chorilli e Mariana Batista
Produção: Loana Campos
Assistente de Produção: Fernanda Locatelli

Obras significativas:
Quíron (2002) – Concepção e Direção: Rosemeri Rocha
Poiétikus (2003)- Concepção e Direção: Rosemeri Rocha
O Universo Elegante (2004)- Concepção e Direção: Rosemeri Rocha
Kaibalion (2005)- Concepção e Direção: Rosemeri Rocha -
Paredes são Janelas (2006)- Concepçaõ e Direção: Gládis Tridapalli
Spin (2006)- Concepção e Direção: Rosemeri Rocha
UNO(2008)- Concepção e Direção: Rosemeri Rocha
Não Expor ao sol- Vida e Vídeo Clip (2008)- Concepção e Direção: Luciana Navarro
Ucronico (2008)- Concepção e Direção: Mariana Batista
Caláfrios no Pelo (2008)- Concepção e Direção: Renata Roel
Errantes do Espaço (2008)- Concepção e Direção: Juliana Alves

Equipe Técnica:
Érika Mithiko (iluminadora)
Músicos- Angelo Esmanhotto ( foi músico residente por sete anos, criou as trilhas sonoras de cinco obras), entre outros.
Cenógrafos; Lauro Borges (Quíron e Poiétikus), Solano dos Santos (O Universo Elegante), Kátia Horn (Kaibalion), Daniel Chaves (Spin).



Proposta artística:

1986 a 1996:
Possibilitar aos alunos da Faculdade de Dança a oportunidade de a “performance”de palco, não ficando restritos à sala de aula e aos poucos espetáculos anuais, criando experiência em apresentações em locais variados; Convidar vários coreógrafos com linguagens/vocabulários distintos e diferenciados dentro da área da dança neoclássica, moderna e contemporânea

2000 a 2007:
O foco de atenção está na pesquisa do movimento através do estudo do corpo, a fim de criar novos caminhos para que o criador-intérprete possa descobrir sua própria individualidade. O estudo da anatomia e da fisiologia tem sido fundamental para consciência do corpo, é o ponto de partida para o conhecimento do indivíduo e suas possibilidades de movimento do corpo que dança, com suas diferenças inerentes.

2008 e 2009:
A proposta está focada na criação de núcleos de pesquisa, para que o ambiente criativo possibilite não apenas a formação de artistas criadores-intérpretes como também artistas coreógrafos. Visa compartilhar as pesquisas com alguns espaços que já propõem eventos artísticos, fortalecendo o intercâmbio entre os artistas na cidade. Com a criação dos núcleos, as pesquisas podem ser aprofundadas e multiplicadas, dando mais visibilidade e crescimento para o Grupo, para a dança de Curitiba (PR), como também do Brasil.

O Grupo:

O Grupo de Dança faz parte do Curso Superior de Dança da Faculdade de Artes do Paraná. Foi criado em 1987, a partir da parceria realizada com a Fundação Teatro Guaíra, desvinculado desta instituição em 1994, o Grupo passa a fazer parte da Faculdade de Artes do Paraná (FAP).
Desde 2000, o Grupo está sob a direção da professora e coreógrafa Rosemeri Rocha.
O Grupo da FAP se apresenta em diversos eventos de todo país, recebeu alguns prêmios e é reconhecido pelos críticos por desenvolver uma linguagem em dança contemporânea.
Um referencial do Grupo foi a participação do músico Angelo Esmanhotto, que criou todas as trilhas sonoras das obras, sempre em parceria com outros músicos como: Ary Giordani e Mario Carta, entre outros.
É composto por um público heterogêneo, em média de quinze pessoas, com faixa etária variada e a grande maioria são graduandos e egressos em dança. Participam também alunos dos cursos de Artes Visuais, Musicoterapia, Música e Artes Cênicas, assim como a entrada é a aberta a participação da comunidade artística e em geral.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Trechos do livro de C.Lispector – A hora da Estrela

…“Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal uso clamar palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como contra-tom o baixo grosso da dor. Alegro com brio, tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem a bola. O fato é um Ato? Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta.

Será mesmo que a ação ultrapassa a palavra?

Mas que ao escrever – que o nome real seja dado as coisas. Cada coisa é uma palavra. E quando não se a tem, inventa-se-a. Esse vosso Deus que nos mandou inventar.

Tudo isso, sim, a história é história. Mas sabendo antes para nunca esquecer que a palavra é fruto da palavra. A palavra tem que se aparecer com a palavra. Atingi-la é o meu primeiro dever para comigo. E a palavra não pode ser enfeitada e artisticamente vã, tem que ser apenas ela.

Ainda bem que o que eu vou escrever já deve estar na certa de algum modo escrito em mim. Tenho é que me copiar com uma delicadeza de uma borboleta branca.